Ultimamente
eu tenho pensado muito nesta palavra: ESPERANÇA. Pois a cada instante vamos
percebendo ao nosso redor que a quantidade de pessoas que estão desanimadas,
desmotivadas, que desistiram da vida está aumentando. E vamos nos acostumando
com tudo isto, como se fosse normal.
Será
que é normal depararmos com nosso irmão nas calçadas, nos becos, nas esquinas,
passando frio e fome? Será que é normal sabermos que existem diversas pessoas
nos hospitais ou acamados em casa e não temos a coragem de ir ao seu encontro?
É normal vivermos em famílias que não se olham ao menos para perceber se estão
vivos? Se tudo isto é normal, prefiro ser diferente desta normalidade.
Gostaria
de contar um testemunho, mas antes vou colocá-los por dentro da história: Neste
dia em que me aconteceu esta situação (que irei partilhar) eu não estava bem
comigo mesmo, e resolvi ir à capela de uma Igreja rezar, era a hora da
misericórdia. Então entrei e sentei bem próximo do sacrário e não conseguia
dizer nada, eu estava me sentindo incompetente. Senti o Senhor me convidando
para ir ao hospital fazer uma visita. Disse a Ele que eu iria, mas que eu
estava sem nada para ofertar e levaria tudo que eu tinha dentro de mim – mesmo
sendo pouco - e que me encontrava disposto a servi-Lo. Logo quando fui saindo
da capela, uma jovem me parou e me pediu para rezar por ela e por sua vocação,
conversamos um pouco e rezei. Fiquei admirado o quanto o Senhor foi “ligeiro”
(risos), pois as palavras daquela jovem fizeram o meu coração arder.
Saí
então da Igreja e me dirigia ao Hospital: Chegando
ao hospital, solicitei a permissão para fazer as visitas e esta me foi
concedida. Fui então procurando quartos em que estivessem pessoas (graças a
Deus não eram muitos). A seguir encontrei o Jorge e a Solange e ali ouvi, partilhei,
rezei e me alegrei. Perto da hora de acabar o horário de visitação encontrei
outro quarto onde estava o Nelson. Bati na porta e as pessoas que estavam lá
dentro me convidaram para entrar. Seu Nelson estava ligado a aparelhos e a
única coisa que eu conseguia ouvir era a contagem das batidas de seu coração. Descobri
que quem estava ali era sua filha e seu genro, fiquei sem o que dizer a eles.
Mas conversamos e partilhamos muito da vida.
Logo após chegou o padre
para dar a unção dos enfermos (eu nem sabia que estavam o esperando),
participei do rito e rezei junto com a família. Fiquei tentando me ver naquela
situação, e pensei quantas serão as vezes que eu não irei deparar com ela?! Só
Deus pode tudo mudar.
Depois da unção permaneci
com eles, chegou então o doutor e começou a falar para os seus filhos que o
estado de seu Pai havia piorado que outras doenças surgiram e que eles tinham
que fazer transferência, mas que não iam encontrar vagas em lugar nenhum.
Aquilo foi me incomodando, pois olhava nos olhos daquela família e via a
esperança sendo roubada e me questionava: Por que este médico está dando estas
notícias com uma frieza desta?! Depois o doutor e o padre saíram e permaneci
ali com a família, senti Deus me falando: “Ainda hoje ele estará comigo”.
Preferi não dizer nada à família, então falei que iria rezar por eles e saí. No
outro dia de manhã, quando fui à rua, vi o comunicado de sua morte que sucedeu
as 06h da manhã, hora do Ângelus. Conto este testemunho, porque ele e muitas outras
situações estão sendo o motivo de tantos questionamentos em minha vida. Fico
pensando como somos capazes de roubar a esperança das pessoas e fazer delas
reféns.
Mas
rezando com tudo isto também pude perceber o quanto somos capazes de devolver a
esperança para tantas pessoas que não a têm. Vejo os atos de Jesus nos
Evangelhos e não foge dos meus olhos as cenas em que Ele olha, toca, fala,
acolhe, ama e em tudo concede esperança. Se talvez você não consiga encontrar
mais motivos para viver eu lhe convido a ser ousado e pedir para que Deus te
surpreenda com o Seu amor e que venha tocar nas feridas que precisam ser cicatrizadas
para que não inflamem. Permita-se ser surpreendido e amado.
Devolva
a você mesmo a esperança que é sua. Ajude aos seus irmãos a também ter de volta
a esperança de um Deus que ama sem limites e se doa sem reservas. E não se
preocupe, confie e escolha sempre a melhor parte: Estar aos pés de Jesus. Rezo para que a cada dia encontremos –
dentro de nós – o desejo da Santidade. Ela é possível, eu creio.
Que orgulho esse menino me dá!!!! rsrsrs É Rafa Deus usa daqueles que tem o coração alargado pelo seu amor. Abração meu amigo agora eu tô aqui hehehehhehhe.
ResponderExcluir