terça-feira, 8 de novembro de 2011

Entendendo a Cruz: beleza sempre antiga e sempre nova

Há muito tempo os romanos utilizavam-se de vários instrumentos de tortura que, além de infligirem dores horrendas ainda humilhavam os não cumpridores da lei dos Césares.  
Algo também bastante comum era a união entre o poder estatal e as hierarquias religiosas, um atendia ao interesse do outro de tal sorte que ambos sentiam-se satisfeitos em suas vontades. 
Cristo hauriu para si o ódio tanto da instancia governamental como dos superiores judaicos. Desta forma seria conveniente para ambos que o Galileu "filho" de José morresse condenado não porque se achou dolo em seu proceder, antes porque se tornara um obstáculo na realização de ambiciosos projetos. Enodada fortemente pelo judaísmo clássico, a sociedade de Jerusalém não suportaria um "blasfemador" que ousou desmerecer a Lei sagrada dada por nossos pais. E se criou a figura do traidor da sã doutrina patriarcal: Jesus, o nazareno.  
Ao filho de Deus foi imposto o pior castigo de que se tinha conhecimento, a vergonha imensurável da cruz. O profeta predisse muito bem que, iria Ele ao matadouro e permaneceria emudecido (cf. Is 53, 7). De fato não havia o que dizer, pois, palavra e murmúrios não mudariam o fato de que 60 milhões de pessoas morreriam na segunda grande guerra; que mães teriam que chorar sobre os corpos de seus filhos alvejados de tiros; que pais de família não voltariam para casa no fim do dia porque morreram tentando preservar o saldo mensal de ser levado por bandidos; que crianças se desvaneceriam por falta de pão e de água. Tudo isso o Cristo Jesus já vislumbrava, por isso assumiu de uma vez por todas os fardos e culpas. Embelezou com isso o gélido e rústico material usado para a produção da cruz. O que fora motivo de vergonha, torna-se sinal de salvação, de aliança e de ressurreição.  
Um olhar mais atencioso nos fará perceber que a cruz vertical-horizontal é uma ligação, primeiro com Deus que habita as alturas e vem até nós e, depois com os outros para se formar a comunhão perfeita entre o transcendente e o imanente.  
Impelidos pela força da salvação manifesta na cruz, nós por longos anos temos carregado esse símbolo aonde vamos, seja no peito ou nos altares, a luz ofuscante da ressurreição brilha nos olhos do mundo e anima a tantos a viverem segundo o Evangelho ainda que isso custe à própria vida (cf. Lc 17,33).  
A juventude católica tem a oportunidade de encantada pela beleza da cruz, peregrinar o mundo com o Papa. E manifestar quão bonito é crer na salvação de si e dos outros. Tais coisas se viram em Buenos Aires, em Santigo de Compostela, Paris, Colónia... E agora é vez de nossas terras brasileiras contemplarem o amor revigorante da juventude. 
Especialmente neste mês de novembro nós mineiros nos rejubilamos, pois tanto a cruz da JMJ e o ícone de Nossa Senhora nos visitam. A Arquidiocese de Montes Claros alegremente recebeu os símbolos enviados da Arquidiocese de Diamantina. O número de jovens paroquianos; de membros de comunidades de vida e aliança; de religiosos; de seminaristas; de clérigos e todo o povo de Deus que compõe a nossa Norte-mineira Arquidiocese, impressionava. Desde a carreata para recebermos os símbolos até a conclusão na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição Aparecida e São José, a emoção por Ser tão Igreja tomou a todos que viveram esse inesquecível momento de fé.  
A certeza de que os projetos juvenis renovam e revigoram a Igreja de Cristo, nos cumula de esperança, pois, como dizia o Beato João Paulo II: “... um mundo melhor está numa juventude sadia, com valores, responsável e, acima de tudo, voltada para Deus e para o próximo”. E como acreditamos que esse mundo novo se constrói hoje, lutemos para que mais e mais pessoas possam usufruir o mais belo Amor, o do doce Jesus que se despendeu na cruz por amor, no amor e com amor. 
Até 2013 no Rio de Janeiro para botarmos fé nas terras cariocas. 
Com a Graça infinita de Deus, o amor do Cristo e comunhão do Divino Espírito. Abraço Fraternal. 
Seminarista Eduardo HenriqueOPraem.

0 comentários:

Postar um comentário

imagem
2010 - 2014 • Lance de Santidade | Desenvolvido por Carlos e Fellipe.