quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Valores da Espiritualidade do Jovem Salesiano


• A vida, lugar onde se faz experiência de Deus. Dom Bosco era uma pessoa prática, gostava das coisas concretas. Isso se refletia também em sua maneira de se relacionar com Deus. Para ele, o lugar de se experimentar Deus é na vida do dia-a-dia. De Madre Mazzarello afirmava a sua amiga Petronilla: “Maria não só pensava continuamente em Deus, mas vivia a sua presença e, mais ainda, vivia amorosamente unida a Ele. Trabalhando em casa, andando pelas estradas, atendendo ativamente aos trabalhos dos vinhedos, o seu pensamento perdia-se em Deus”. Dizia Madre Mazzarello: “A verdade piedade consiste em cumprir todos os nossos deveres a tempo e lugar e só por amor de Deus”. Essa espiritualidade nos ajuda também a viver e enfrentar os momentos difíceis: a cruz é também caminho de ressurreição; não significa acomodação.
• A oração salesiana. A espiritualidade sustenta-se na oração. Dom Bosco rezava sempre: tudo o que vivia, tudo o que fazia pelos jovens, era expressão de seu intenso amor por Deus e pelos jovens; era a oração do cotidiano. Madre Mazzarello dizia: “Falem muito com o Senhor. Carregando cal ou costurando, trabalhando na vinha ou brincando no pátio, era importante estar na escuta do Senhor”. Quando falamos da oração do cotidiano, de perceber Deus na vida, não queremos diminuir a intensidade da oração. Ao contrário, os momentos explícitos são importantes e necessários, mas não podem ser somente esses.
    • Somos gente de festa. A festa, a alegria, são características típicas da espiritualidade salesiana. Não uma alegria vazia, mas que brota de quem está contente com a vida porque sabe que ela, por mais dificuldades que apresente, é um dom de Deus. Alegria que nasce como expressão espontânea daquele que se sente amado e é capaz de amar, reflexo de quem se sente constantemente querido por Deus.

A vida como vocação. Ninguém foi criado por acaso. Deus nos quis e nos chamou pessoalmente à vida; nos criou para a vida. Somos chamados a ser co-criadores com o Senhor; chamados a ser geradores de vida; chamados a lutar contra tudo aquilo que representa ameaça à vida. Nos acontecimentos e sinais do dia-a-dia, nas urgências e necessidades que se nos apresentam, vamos percebendo as oportunidades concretas de resposta. O que não podemos é nos fechar em nós mesmos. Queremos dignidade e plenitude de vida não apenas para nós, mas para todos.
Acolhida do outro. A acolhida não é uma questão de palavras. É um clima que se sente, um estado de espírito que é percebido além do que se diz. É capaz de acolher quem percebe o outro como valor. É capaz de acolher quem não é auto-suficiente. Só é capaz de acolher quem é capaz de amar. Dom Bosco expressava a acolhida no que ele chamava de “clima de família”, um ambiente marcado pela descontração, pela espontaneidade (o que não pode ser confundido com ausência de normas ou regras). Existe clima de família quando as pessoas sentem-se bem, sentem-se em casa.
Comunhão eclesial. A comunhão com a Igreja em todos os níveis – mundial, diocesana, paroquial – é característica da espiritualidade salesiana.
Amor a Maria. A vida nos mostra que somos repletos de incertezas, de dúvidas, de medos. Nessas horas, desejamos e buscamos a mão de alguém que nos ampare, conforte, dê segurança. Essa experiência ajudou a espiritualidade salesiana a redescobrir Maria e a relançar o grande amor a Maria que a Família Salesiana herdou de Dom Bosco e de Madre Mazzarello. Aprendemos a reconhecê-la como Auxiliadora: vivemos momentos de transformações e incertezas e Maria nos indica o caminho a percorrer e nos infunde esperança. Maria é Auxiliadora porque nos mostra o rosto de uma cristã realizada e comprometida. Maria é mulher fiel até à cruz, como pede Jesus a quem tem coragem de compartilhar sua causa.
Cidadania evangélica. Deus está a nos esperar para um encontro com Ele nas situações concretas da vida dos jovens. Somos chamados a estar presentes significativamente na comunidade humana organizada, colaborando com a ação salvífica de Deus. Somos chamados a nos inserirmos em diferentes ambientes culturais, educativos, políticos: a participação nessas realidades é exigência da própria espiritualidade salesiana, que acredita que Deus se manifesta e salva a todos nós, servindo-se também de nossas ações e de nosso empenho.
Texto: Pe. Marcos Sérgio, SDB 
(marcossergio.bsp@salesianos.com.br)

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